O Sport Clube Leiria e Marrazes (SCLM) está de parabéns. A festa de aniversário, marcada para o próximo sábado, dia 2 de Dezembro, será o ponto alto das comemorações. São 70 anos de história, que cruzam diferentes gerações. Promover a humildade e a formação humana, são os estandartes que o clube pretende continuar a elevar bem alto.
Numa altura festiva como esta, quisemos saber, junto de quem vive a realidade do clube bem de perto, qual seria o melhor presente de aniversário que o SCLM poderia receber. “A maior, e melhor, prenda que o clube pode receber, é que respeitem a sua dignidade, tanto no capítulo desportivo, como nas condições que são proporcionadas para a prática desportiva”, referiu João Cunha, associado e ex-dirigente do clube. A construção do parque desportivo da Mata dos Marrazes é um sonho e uma promessa antigos, que, no entanto ainda não viu a luz do dia. Para o marrazense, “este é um processo que já dura há demasiado tempo”.
Sedeado na freguesia mais populosa do município de Leiria, o SCLM tem cerca de 1500 associados e é um do clubes históricos do Distrito. Actualmente movimenta cerca de 400 atletas, nas modalidades de futebol – é dos poucos a ter todos os escalões (Escolinhas aos Seniores) –, hóquei em patins e patinagem artística.
Presente antecipado
“Posso avançar, em primeira-mão, que as máquinas vão arrancar amanhã (dia 29)”, referiu a O Mensageiro, no passado dia 28, o presidente do SCLM, Paulo Clemente.
Depois de interrompida a campanha de angariação de fundos para o arrelvamento do actual pelado, promovida pelo clube, autarquia e SCLM sentaram-se à mesma mesa e concertaram uma solução de interesse comum. “Reunimos com a Junta de Freguesia dos Marrazes, que nos mostrou que a melhor solução seria usufruir-mos das infra-estruturas que contemplam a Aldeia de Desporto – a construir na Mata dos Marrazes”, adiantou o dirigente.
Uma prenda antecipada, à qual se poderá juntar uma eventual subida de divisão (ver peça abaixo). O objectivo assumido é a manutenção, no entanto, “se as coisas se proporcionarem, não enjeitaremos a oportunidade de subir à III divisão”, rematou Paulo Clemente.
SCLM: Da direcção às equipas técnicas, o Sport Clube Leiria e Marrazes é, actualmente, feito de juventude. Sendo ela “o futuro do amanhã”, o clube pode augurar dias prósperos. Gonçalo Moleirinho e Hélder Romana são dois desses exemplos. O primeiro é treinador dos mais velhos – Seniores – o segundo dos mais novos – Escolinhas. Em hora de comemorações, fomos ouvi-los…
Humildade...
Na última época era treinador-adjunto, um ano volvido assumiu, aos 26 anos, o comando da equipa, rumo à manutenção na divisão de Honra da Associação de Futebol de Leiria. Actualmente lidera a classificação, juntamente com os dois candidatos à subida. Um terço do campeonato já lá vai, por isso, tudo é possivel...
Com um percurso pelas camadas jovens do clube, Gonçalo Moleirinho vive como ninguém as alegrias e tristezas do SCLM. No foi, por isso, de estranhar, que quisesse presentear o clube com um vitória, na recepção ao Pataiense. “Foi uma coisa que foi falada antes do jogo com os atletas, para darmos essa prenda aos adeptos: chegarmos ao jantar de aniversário ainda como primeiros”, referiu.
Dado o bom desempenho da equipa até ao momento, coloca-se uma questão: “Então e agora?” O técnico não tardou na resposta e, de primeira, rematou: “O nosso futuro continua a ser jogo a jogo, procurando as nossas vitórias e depois logo se vê ao que isso nos leva.”
...e formação humana
“São como um bando de pardais à solta, os putos...” Ary dos Santos escreveu, Carlos do Carmo cantou, no Parque de Jogos do SCLM os futuros craques tentam interpretar. O instrumento/brinquedo é apenas um: a bola.
Há 25 anos no mundo do futebol, Hélder Romana (na foto) é o “maestro” das Escolinhas do clube. Militar da GNR, tem, aos 35 anos, o importante desafio de colocar a “orquestra” a tocar a compasso. A tarefa não é fácil, no entanto, “está a ser interessante e muito gratificante”, referiu. Naquela que é a sua primeira experiência a treinar crianças de 6/7 anos, o técnico encara a estreia com algum sentido de humor. “Tenho que ter a noção que não tenho 26 Cristiano´s Ronaldo´s. Terei eventualmente um, se tiver.”
Numa fase prematura de uma eventual carreira futebolística, os jovens atletas têm que ser, em primeiro lugar, bons alunos. A formação social e o espírito desportivo são os principais objectivos do clube para esta fase. “Nós temos 12 regras de formação, que passam por, no final de cada período escolar, eles entregarem relatórios da avaliação. Só joga quem for mais assíduo e não joga quem tratar mal os adversários, árbitros e treinadores. Podem ser muito bons jogadores, mas se não cumprirem estas 12 regras não jogam”, adiantou.
O espírito de equipa, em detrimento do individualismo e dos resultados desportivos, é outro valor que Hélder Romana defende e que pretende ver a “orquestra” tocar. “Na jornada inaugural do campeonato de Escolinhas (25 de Novembro), perdemos 0-9 com o Vieirense, mas eles vinham todos contentes, porque estiveram a fazer aquilo que mais gostavam”, concluiu.
Sete décadas...
Embora a data de fundação do Marrazes esteja referenciada em 1936, há registos nos jornais da época, de jogos de futebol efectuados nos Marrazes, nos já longínquos anos 20, pelo Marrazes Sporting Club.
No “Leiria Desportiva”, de 23 Outubro 1924, lê-se que a cidade de Leiria não possui um campo de jogos e “...em compensação, Marrazes, uma pequena aldeia, possui um belíssimo campo...” (o do Marrazes Sporting Club).
Em 1936 surge o Marrazes Sport Club, fruto da junção de alguns grupos existentes na altura, nomeadamente a Associação Desportiva “A Floresta”, “Os Quartafeiristas” e ainda um clube que se dedicava ao futebol infantil o Vitória Futebol Clube.
Nos primeiros anos, o Marrazes apenas disputava jogos de futebol amigáveis, vindo a inscrever-se pela primeira vez na Associação de Futebol de Leiria em 1944, sendo, na altura, o único representante de Leiria.
Reunidos em Assembleia Geral Extraordinária, em 26 de Abril de 1952, os sócios deliberaram promover a filiação do clube no Futebol Clube do Porto e alterar a designação para Futebol Clube de Marrazes.
Na época de 1953/54 o Futebol Clube de Marrazes sagrou-se Campeão de Série da III Divisão Nacional e foi apurado para disputar os 1/4 de final, onde acabou eliminado pelo Sport Benfica e Castelo Branco.
Em 29 de Janeiro de 1964, em Assembleia Geral, foi deliberado alterar a denominação do clube para Sport Clube Leiria E Marrazes. O Parque de Jogos do SCLM foi inaugurado a 8 de Dezembro de 1969. Volvidos oito anos, a equipa dos Marrazes subiu à II Divisão Nacional. [Fonte: SCLM] in O MENSAGEIRO
Numa altura festiva como esta, quisemos saber, junto de quem vive a realidade do clube bem de perto, qual seria o melhor presente de aniversário que o SCLM poderia receber. “A maior, e melhor, prenda que o clube pode receber, é que respeitem a sua dignidade, tanto no capítulo desportivo, como nas condições que são proporcionadas para a prática desportiva”, referiu João Cunha, associado e ex-dirigente do clube. A construção do parque desportivo da Mata dos Marrazes é um sonho e uma promessa antigos, que, no entanto ainda não viu a luz do dia. Para o marrazense, “este é um processo que já dura há demasiado tempo”.
Sedeado na freguesia mais populosa do município de Leiria, o SCLM tem cerca de 1500 associados e é um do clubes históricos do Distrito. Actualmente movimenta cerca de 400 atletas, nas modalidades de futebol – é dos poucos a ter todos os escalões (Escolinhas aos Seniores) –, hóquei em patins e patinagem artística.
Presente antecipado
“Posso avançar, em primeira-mão, que as máquinas vão arrancar amanhã (dia 29)”, referiu a O Mensageiro, no passado dia 28, o presidente do SCLM, Paulo Clemente.
Depois de interrompida a campanha de angariação de fundos para o arrelvamento do actual pelado, promovida pelo clube, autarquia e SCLM sentaram-se à mesma mesa e concertaram uma solução de interesse comum. “Reunimos com a Junta de Freguesia dos Marrazes, que nos mostrou que a melhor solução seria usufruir-mos das infra-estruturas que contemplam a Aldeia de Desporto – a construir na Mata dos Marrazes”, adiantou o dirigente.
Uma prenda antecipada, à qual se poderá juntar uma eventual subida de divisão (ver peça abaixo). O objectivo assumido é a manutenção, no entanto, “se as coisas se proporcionarem, não enjeitaremos a oportunidade de subir à III divisão”, rematou Paulo Clemente.
SCLM: Da direcção às equipas técnicas, o Sport Clube Leiria e Marrazes é, actualmente, feito de juventude. Sendo ela “o futuro do amanhã”, o clube pode augurar dias prósperos. Gonçalo Moleirinho e Hélder Romana são dois desses exemplos. O primeiro é treinador dos mais velhos – Seniores – o segundo dos mais novos – Escolinhas. Em hora de comemorações, fomos ouvi-los…
Humildade...
Na última época era treinador-adjunto, um ano volvido assumiu, aos 26 anos, o comando da equipa, rumo à manutenção na divisão de Honra da Associação de Futebol de Leiria. Actualmente lidera a classificação, juntamente com os dois candidatos à subida. Um terço do campeonato já lá vai, por isso, tudo é possivel...
Com um percurso pelas camadas jovens do clube, Gonçalo Moleirinho vive como ninguém as alegrias e tristezas do SCLM. No foi, por isso, de estranhar, que quisesse presentear o clube com um vitória, na recepção ao Pataiense. “Foi uma coisa que foi falada antes do jogo com os atletas, para darmos essa prenda aos adeptos: chegarmos ao jantar de aniversário ainda como primeiros”, referiu.
Dado o bom desempenho da equipa até ao momento, coloca-se uma questão: “Então e agora?” O técnico não tardou na resposta e, de primeira, rematou: “O nosso futuro continua a ser jogo a jogo, procurando as nossas vitórias e depois logo se vê ao que isso nos leva.”
...e formação humana
“São como um bando de pardais à solta, os putos...” Ary dos Santos escreveu, Carlos do Carmo cantou, no Parque de Jogos do SCLM os futuros craques tentam interpretar. O instrumento/brinquedo é apenas um: a bola.
Há 25 anos no mundo do futebol, Hélder Romana (na foto) é o “maestro” das Escolinhas do clube. Militar da GNR, tem, aos 35 anos, o importante desafio de colocar a “orquestra” a tocar a compasso. A tarefa não é fácil, no entanto, “está a ser interessante e muito gratificante”, referiu. Naquela que é a sua primeira experiência a treinar crianças de 6/7 anos, o técnico encara a estreia com algum sentido de humor. “Tenho que ter a noção que não tenho 26 Cristiano´s Ronaldo´s. Terei eventualmente um, se tiver.”
Numa fase prematura de uma eventual carreira futebolística, os jovens atletas têm que ser, em primeiro lugar, bons alunos. A formação social e o espírito desportivo são os principais objectivos do clube para esta fase. “Nós temos 12 regras de formação, que passam por, no final de cada período escolar, eles entregarem relatórios da avaliação. Só joga quem for mais assíduo e não joga quem tratar mal os adversários, árbitros e treinadores. Podem ser muito bons jogadores, mas se não cumprirem estas 12 regras não jogam”, adiantou.
O espírito de equipa, em detrimento do individualismo e dos resultados desportivos, é outro valor que Hélder Romana defende e que pretende ver a “orquestra” tocar. “Na jornada inaugural do campeonato de Escolinhas (25 de Novembro), perdemos 0-9 com o Vieirense, mas eles vinham todos contentes, porque estiveram a fazer aquilo que mais gostavam”, concluiu.
Sete décadas...
Embora a data de fundação do Marrazes esteja referenciada em 1936, há registos nos jornais da época, de jogos de futebol efectuados nos Marrazes, nos já longínquos anos 20, pelo Marrazes Sporting Club.
No “Leiria Desportiva”, de 23 Outubro 1924, lê-se que a cidade de Leiria não possui um campo de jogos e “...em compensação, Marrazes, uma pequena aldeia, possui um belíssimo campo...” (o do Marrazes Sporting Club).
Em 1936 surge o Marrazes Sport Club, fruto da junção de alguns grupos existentes na altura, nomeadamente a Associação Desportiva “A Floresta”, “Os Quartafeiristas” e ainda um clube que se dedicava ao futebol infantil o Vitória Futebol Clube.
Nos primeiros anos, o Marrazes apenas disputava jogos de futebol amigáveis, vindo a inscrever-se pela primeira vez na Associação de Futebol de Leiria em 1944, sendo, na altura, o único representante de Leiria.
Reunidos em Assembleia Geral Extraordinária, em 26 de Abril de 1952, os sócios deliberaram promover a filiação do clube no Futebol Clube do Porto e alterar a designação para Futebol Clube de Marrazes.
Na época de 1953/54 o Futebol Clube de Marrazes sagrou-se Campeão de Série da III Divisão Nacional e foi apurado para disputar os 1/4 de final, onde acabou eliminado pelo Sport Benfica e Castelo Branco.
Em 29 de Janeiro de 1964, em Assembleia Geral, foi deliberado alterar a denominação do clube para Sport Clube Leiria E Marrazes. O Parque de Jogos do SCLM foi inaugurado a 8 de Dezembro de 1969. Volvidos oito anos, a equipa dos Marrazes subiu à II Divisão Nacional. [Fonte: SCLM] in O MENSAGEIRO
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